Como cobrir um show musical
E quando você junta duas coisas que você ama, numa só?
É isso o que acontece quando um fotógrafo decide dedicar a sua carreira à cobertura de shows e eventos musicais.
Pode parecer fácil, mas te garantimos que não é! Por isso, hoje vamos conversar um pouco sobre esse ambiente movimentado, barulhento, animado e cheio de vida e como um fotógrafo deve atuar sua profissão nessas situações.
Muitas pessoas têm a música como companhia. Quem nunca editou uma fotografia enquanto curtia um som nos fones de ouvido? Ou quem nunca comemorou com uma dancinha maluca quando o ensaio sai melhor que o esperado?
Naqueles momentos de introspecção, ela também está lá nos convidando para contemplar universos inteiros com seus timbres e sons.
Quando a paixão pela fotografia se une à música, coisas deslumbrantes podem nascer.
Uma foto bem construída de um show, precisa transportar o receptor ao momento da apresentação. Precisa transmitir a emoção musical que é passada pelos músicos.
Diferente de um vídeo, uma fotografia não transmite transições de imagem para passar a sensação de movimento. Também não emite sons ou ruídos, então, a imagem precisa suprir todas essas ausências. E para isso, ela precisa ser bem articulada e estrategicamente preparada.
Trabalhe bem com as luzes e cores. Não esqueça das sombras.
Sim, é um grande desafio, mas nada que seja impossível.
Transmita a emoção do show
Capte todas as expressões e movimentos dos artistas, porque só assim é possível ouvir, mesmo que psicologicamente, o som.
Por mais que a gente não perceba, todo músico canta não só com a boca, mas também com o corpo. Isso acontece muito nos ápices musicais, como os refrões, por exemplo.
Esses é um dos momentos certos para que você capte a fotografia perfeita, aquela que vai conseguir arrepiar quem está vendo.
O corpo é a linguagem universal das pessoas. A música atravessa o nosso corpo e chega até os ouvidos e cérebro. É inevitável que os corpos em cima do palco deixem de balançar ou expressar o que estão cantando ou tocando.
Assim como também se torna impossível perceber a recepção da plateia.
E se engana quem acha que apenas uma multidão de festivais e shows de rock demonstram seus sentimentos curtindo o som.
O público de uma apresentação de balé ou concerto musical com orquestra também emana sensações. Uns choram, outros aplaudem, alguns ficam tão hipnotizados que é difícil manter a continência do piscar de olhos.
Para conseguir eternizar essa sutileza na sua fotografia, é preciso estar sempre vidrado a tudo o que acontece no palco.
Perceba o momento certo e conte com a ajuda do modo de disparo contínuo da sua câmera, para não permitir que nada escape do seu olhar cauteloso.
Não descarte nenhum tipo de ângulo
Para conseguir o registro perfeito, é bom que você conte com uma certa mobilidade. Não se prenda para inovar, faça o diferencial na sua fotografia. Busque ângulos diferenciados que possam trazer para quem for ver essa sessão depois de pronta, um pouco ou o suficiente da experiência de se estar naquele show.
Trabalhe na melhor composição. Para isso, a regra dos terços se torna quase essencial, já que ela conta com os pontos de atenção de grande importância para que você consiga transmitir sua informação com fácil entendimento.
Em shows com muita movimentação, abuse do uso das velocidades de captação da sua máquina. Tenha uma boa lente, que te permita a trabalhar na distância que for, sem te deixar na mão por conta de alguns metros.
Caso você esteja mais próximo dos cantores ou seja contratado para a cobertura e esteja em cima do palco ou em alguma zona privilegiada para filmagem e fotografia, opte por lentes como a EF 70-200mm f/2.8L IS II USM.
Porque, além de ter uma ótima variedade de zoom, ainda possui a nitidez excepcional para esse tipo de captura e é clara. Esses três fatores são importantíssimos para levar em conta na hora de montar sua bagagem para shows.
A estabilização é o ponto chave
Talvez você saiba, como espectador ou por já atuar nessa área, que alguns shows têm algo chamado “canhão de luz”, que faz tudo ficar extremamente claro.
Isso é bom para quem está lá no meio de todo mundo, mas é ainda melhor para nós fotógrafos. Assim conseguimos bons registros sem precisar trabalhar tanto em equilibrar a imagem e acabar perdendo o momento.
Sendo que, alguns outros lugares são muito pouco iluminados, se comparados a eventos que usam de iluminação artificial. Os teatros e coliseus são um grande exemplo de luz precária.
Claro que essa é uma escolha dos próprios organizadores, já que o que está sendo exposto ali, muitas vezes, não combina com claridade bruta.
Outras vezes, podem ser regras do próprio estabelecimento, que não permite o calor das luzes, porque podem se tornar prejudicial à estrutura do ambiente.
Então, nessas situações, temos que trabalhar no aumento da sensibilidade do ISO da câmera e regular o obturador para que ele fique o maior tempo aberto possível.
Mas você precisa levar em conta que todas essas configurações, somadas aos movimentos naturais que nosso corpo faz, pode borrar a sua foto.
Portanto, já que esses lugares possuem uma melhor organização, como assentos, mesas e um espaço mais amplo para transitar, opte por estar munido de um tripé.
Principalmente se você estiver fotografando com uma lente teleobjetiva, porque assim, você terá uma maior estabilidade em seus cliques.
Músicas ao alto, câmeras também. Está na hora de cobrir um show e levar o melhor dele para quem for ver suas fotografias depois. Essas dicas foram bem básicas, para tentar te ajudar na hora de enfrentar uma situação como essa.
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