A fotografia documental de Diane Arbus
Do “belo” ao “horrível”. Podemos dizer que isso define um pouco a trajetória de Diane Arbus. Nascida em 14 de março de 1923, foi uma fotógrafa e escritora norte-americana.Sua carreira começou com a moda, mas mudou para a fotografia documental, registrando pessoas e estilos de vida considerados fora do padrão, “esquisitos”. Por essa característica, ficou conhecida como fotógrafa dos Freaks.
Diane Arbus e a fotografia
Começou a fotografar com seu marido, Allan Arbus. Diane era responsável pela parte de direção de arte e stylist, mas mesmo assim, levava os créditos pelas fotografias. O casal teve muito sucesso durante a carreira, chegando a fotografar para revistas como Vogue e Glamour. Contudo, Diane não se sentia completa. Observava as pessoas marginalizadas que também mereciam ser fotografas e acabou deixando de lado a moda.
Saiu de um universo cheio de riquezas, glamour e certezas para mostrar um outro mundo: o dos excluídos. Ninguém, inclusive seu marido, entendeu seus motivos e isso acarretou no término do seu casamento.
Sua trajetória individual
Não mais destinada a fotografar o que era visto como belo. Assim, Diana se dedicou aos temas que eram vistos como “esquisitos”. Dessa forma, decidiu seguir sua intuição e visão de mundo e começou a fotografar de forma completamente diferente. Como resultado, tem trabalhos autênticos, uma vez que mostrou a realidade sem encenação, denunciando a dura situação social.
Personagens
Durante sua trajetória foi fazendo registros do incomum, como anões, travestis, gêmeos, entre outros. Dessa forma, começou a desafiar o que era aceito naquela época. Assim, seu trabalho foi um divisor de águas no quesito da fotografia documental.
Nesse cenário, Diane se preocupava em mostrar o conteúdo mais bruto das pessoas, sem encenação ou retoque. Seus retratos chamam atenção até hoje e podemos dizer que existem dois fatores que influenciam isso.
O primeiro diz respeito a escolha dos personagens, que era precisa e direcionada. Junto a isso, Diane agregou um estilo técnico que dá um toque singular em suas fotos; o uso do flash na luz do dia – foi uma das primeiras fotógrafas a fazer isso -, que cria um contexto mais dramático e “estranho”.
Dessa forma, podemos dizer que Diane conseguia fazer suas fotos conversarem com seus personagens, de forma que tudo isso estivesse em coerência e reforçasse ainda mais sua intenção: valorizar os detalhes e peculiaridades de cada um.


Seus motivos
“A maior parte das pessoas passa a vida temendo experiências traumáticas, enquanto estas já nasceram com seu trauma e já passaram pelo seu teste na vida – são aristocratas”. – Diane ArbusO que levou Diane a desistir de sua carreira como fotógrafa de moda foi o conteúdo que se captava através daquele ramo. No mundo da beleza, tudo que é retratado remete à perfeição e exige um alinhamento do fotógrafo a esse universo.
Cansada dos registros ilusórios de pessoas não reais, a fotógrafa seguiu um caminho totalmente diferente e nele se encontrou. Suas fotos tiveram reconhecimento e sua carreira prosperou tanto que a fotógrafa recebeu a bolsa Guggenheim duas vezes, em 1963 e também em 1966. Esse financiamento é concedido pela Fundação Memorial John Simon Guggenheim para aqueles “que demonstram excepcional capacidade para produtividade com a bolsa ou habilidade criativa excepcional em artes”.
O sucesso de Diane Arbus
Em 1967 teve um de seus trabalhos expostos no Museum of Modern Art (MoMa), juntamente com os fotógrafos Lee Friedlander e Gary Winogrand. Além disso, no ano de 1970 Diane produziu um portfólio com 10 fotografias e, nesse momento, já estava em uma fase muito boa de sua carreira, atingindo reputação internacional e sendo considerada uma das pioneiras no new documentary style, modo de mostrar o mundo real através das fotografias.
No ano de 1971 já era conhecida como uma das maiores fotógrafas de Nova Iorque, porém, nesse mesmo ano, Diane se suicidou, deixando um legado e uma história próspera com a fotografia. Suas imagens são vistas até hoje e continuam a promover as mesmas reflexões e debates que Diane fomentou na época em que viveu.
Um ano após sua morte, tornou-se a primeira norte-americana a ter seu trabalho a ser exposto na Bienal de Veneza e em 1972 o MoMa fez uma grande retrospectiva de suas fotografias, que foi vista por mais de 7 milhões. Durante essa exibição, que passou pelas EUA e Canadá, o livro Diane Arbus: An Aperture Monograph; considerado um dos livros de artes mais vendidos da história.
Você conhece mais algum fotógrafo que também tenha trabalhado com esse estilo de fotografia? Esse gênero desperta o olhar das pessoas, tocando na alma e no coração. Histórias de vidas, pessoas e momentos podem ser registrados e ficar para eternidade, representando toda uma época e sociedade. É um trabalho sério e importante para o mundo, praticado por quem tem um olhar solidário e generoso.
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